A partir deste mês, o Governo da Bahia
passa a cobrar a Taxa de Incêndio, com a justificativa de aparelhar e
modernizar o Corpo de Bombeiros do Estado. Quando a taxa foi instituída
na Bahia em 2012, contribuintes pessoa física deveriam pagar R$ 0,50 por
cada 100 kWh consumidos, e o valor seria cobrado na conta de luz. Mas,
especialistas caracterizaram a forma de cobrança como inconstitucional,
por não competir com a atividade. Por isso, o governo, por meio da
Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz-BA), enviou um Projeto
de Lei à Assembleia Legislativa alterando os parâmetros previstos na Lei
nº 11.631, de 2009.
A taxa será cobrada, mas apenas
às pessoas jurídicas com consumo de energia elétrica superior a 12 mil
kWh por ano, através de um Documento de Arrecadação Estadual (DAE), não
mais pela conta de luz. A taxa é anual e refere-se à utilização
potencial do serviço de combate a incêndios. Estão sujeitos ao pagamento
da taxa imóveis localizados em municípios do estado com unidade do
Corpo de Bombeiros que preste serviço de prevenção e extinção de
incêndio, além dos imóveis de cidades vizinhas com sedes que fiquem a
até 356 quilômetros de distância dessas unidades.
Mesmo com as alterações, especialistas
afirmam que para a cobrança ser válida, o governo terá que medir a
atividade em respeito ao Artigo 145. De acordo com o vereador e
tambémadvogado tributarista, Edvaldo Brito, para ser cobrada uma taxa é
preciso medir a utilização do serviço. “A taxa é um tributo
contraprestacional, ou seja, eu pago uma coisa e preciso saber sobre o
que estou pagando em contrapartida. Se o governo conseguir respeitar
isso, conforme artigo 145 da Constituição Federal, tudo bem, se não,
prevalece a inconstitucionalidade”, alega Brito.
Para o superintendente de Administração
Tributária da Sefaz, José Luiz Souza, “com o projeto de lei, a proposta é
tornar mais justa a aplicação da taxa, com uma política abrangente de
isenção que beneficia os consumidores residenciais e, em paralelo, a
definição do foco nos usuários de maior porte”, explica Souza. Mesmo
cobrando apenas de empresas com consumo maior que 12 mil kWh, se o
governo não mensurar a atividade, “as empresas cobradas deverão fazer
uma defesa administrativa perante o estado alegando impropriedade da
cobrança”, alerta o tributarista.

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